A comissão do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Pernambuco (Sinjope) abandonou a representação patronal na mesa de negociação direta, após cinco rodadas na tentativa frustrada de demover as empresas a tática de transformar a Campanha Salarial 2018 num mero instrumento de retirada de direitos. A classe patronal apresentou um documento que propõe apenas 2% de reajuste, sem levar em consideração a inflação do período(3,64%) e nem conceder ganho real e produtividade.
Pior, não avançaram nenhum milímetro no atendimento de reivindicações do Sinjope como a de acabar com a discriminação entre jornalistas. Na cobertura das eleições, no Recife e Região Metropolitana, por exemplo, os profissional de jornal receberam R$ 104,68 enquanto os trabalhadores de rádio e TV foram remunerados em R$73,60. No interior a diferença é ainda mais gritante.
Numa tentativa de desgastar a representação da categoria, a bancada patronal impôs uma espera de mais de uma hora para entregar respostas cobradas há mais de quinze dias. Após a entrega do documento, foi feita a análise de todos os itens que foram apontados pelos patrões como se fossem avanços. Mas na realidade apenas conseguiram piorar o pacote de maldades que vem sendo apresentando ao longo da negociação.
Após forte pressão da categoria e mobilização dos jornalistas, que rechaçaram transformar os domingos em dias normais para efeito de remuneração, os patrões recuaram da proposta. Em contrapartida, apresentaram modificações no banco de horas. A proposta deles amplia o número de horas a compensar com folga e reduz a somente 20% as horas a serem pagas. Querem ainda aumentar o prazo de compensação (folgas) para 180 dias. Hoje 50% das horas trabalhadas são compensadas em até 60 dias e a outra metade deve ser paga no contracheque do mês.
O Sinjope deixou claro que a Campanha Salarial não existe apenas para acatar as exigências dos patrões, que aproveitam a Reforma Trabalhista para esmagar os direitos da categoria. Sobretudo porque boa parte das empresas está sendo denunciada por sequer honrar suas obrigações trabalhistas e previdenciárias. Diante da evidente intransigência e falta de vontade de negociar, a diretoria do Sinjope decidiu buscar uma mediação, por concluir não haver mais como avançar no entendimento direto com a bancada patronal.
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