Campanha salarial dos jornalistas pernambucanos tem início com propostas descabidas

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Um começo bastante insatisfatório. Foi assim o início da campanha salarial dos jornalistas pernambucanos, que teve a sua primeira reunião virtual entre os representantes dos jornalistas e a bancada patronal na tarde desta segunda-feira, 27. Para a surpresa do Sinjope, os representantes dos patrões tentaram apressar o processo negocial, através de uma proposta inaceitável para a categoria. Mais uma vez, eles buscam rebaixar os salários dos jornalistas pernambucanos, ao não concederem o índice inflacionário do período, e avançar sobre conquistas históricas dos trabalhadores.

Durante a reunião, os representantes da classe patronal repassaram a oferta de uma reposição inflacionária de apenas 2,60%, quando a inflação do período, calculada pelo Dieese, foi de 9,6%. E quando a classe patronal não repõe o índice inflacionário dos trabalhadores isso significa redução de salários. Porque se o custo de vida está aumentando mês após mês, a reposição salarial abaixo da inflação é um prejuízo sem retorno.

Além desta proposta absurda, eles voltam a atacar, mais uma vez, o prazo para compensação do banco de horas (querem um prazo de 180 dias ao invés de 120 como é hoje), tentam reduzir novamente a estabilidade de aposentadoria de 18 meses para 12 meses, implantar 100% da jornada do banco de horas sem compensação financeira e retirar o acréscimo de 100% das horas extras trabalhadas nos domingos e feriados.

A classe patronal também pretende definir uma forma única de registro de ponto para os jornalistas que estão trabalhando em home office.

Para justificar a incoerência dessas propostas, os representantes da classe patronal voltaram a utilizar o artifício da “choradeira” para dizer que as empresas estão no prejuízo. Mas esse filme nós já vimos muitas vezes. Na verdade, a história é a mesma em toda a negociação. Todos os anos há um avanço sobre o prazo para compensação do banco de horas, estabilidade de aposentadoria, a jornada do banco de horas e sobre as horas extras trabalhadas nos domingos e feriados. Se continuarmos cedendo, em breve, os trabalhadores não terão mais nenhum direito adquirido.

Sabemos que as empresas de comunicação de Pernambuco estão em uma situação delicada devido à pandemia do novo coronavírus. Mas a situação econômica da classe trabalhadora é muito mais grave. Muitos vêm enfrentando grandes dificuldades, com salários baixos e atrasados, para pagar suas contas mensais. E a pandemia não pode ser uma desculpa para retirada de mais direitos.

Diante desta situação, o Sinjope convoca todos os jornalistas pernambucanos a se unirem nesse momento. Precisamos de força para dizermos não à redução de salários e não a retirada de nossos direitos. Precisamos de cada um de vocês! 

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