Índice oferecido pelos patrões compra 1 quilo de carne de segunda ou corresponde a apenas três dias de passagem de ônibus do bilhete mais barato.

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1,73% – isso mesmo, você não leu errado – 1,73%  foi o que os patrões ofereceram de reajuste na campanha salarial deste ano aos jornalistas de Pernambuco. Para se ter uma ideia do que a proposta significa no seu bolso, o aumento  será de   R$ 23,32 para  quem ganha  o menor piso da categoria em vigor no Estado que hoje é de R$ 1.348,32.

Num cálculo rápido, com esta “fortuna”  você jornalista  conseguirá comprar, depois de esperar um ano pelo reajuste do salário,  1 quilo de carne de costela ou três pacotes de café. Se preferir gastar para se locomover até o trabalho, o valor só será suficiente somente para 3 dias de passagem de ônibus, isso usando o bilhete mais barato (anel A),  que hoje custa  R$ 3,80. A próxima rodada está marcada para 03/10, às 16h, na sede do Sindicato Patronal. no bairro da Boa Vista/Recife.

Foi com indignação e revolta que a Comissão de Negociação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope) recebeu a proposta. Novamente as empresas se mostram insensíveis em relação às condições dos trabalhadores. Como de praxe, a classe patronal ignorou as perdas já acumuladas historicamente.Só para lembrar, nos dois últimos anos a categoria fechou as duas campanhas em 6% para uma inflação anual de 10%.

Durante a negociação, o advogado Joaquim Ednilson revelou que os patrões, diante da aprovação da Reforma Trabalhista, decidiram apenas renovar a atual Convenção Coletiva e apresentar o reajuste pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) sem acrescentar qualquer ganho real ou ou acatar cláusulas sociais que pudessem melhorar a vida dos trabalhadores.

Num tom implícito de ameaça, a representante da Rede Globo, Mônica Ruggio, afirmou que, com a Reforma Trabalhista recentemente aprovada, as empresas poderiam simplesmente partir para a terceirização e rever o processo de compensação de jornada (banco de horas) estabelecidas na Convenção em vigor. A intervenção deixou claro a pressão que os patrões querem impor a esta negociação.

Para o Sinjope é inadmissível o tratamento dispensado aos jornalistas que, diuturnamente, se dedicam a uma rotina cada vez mais cheia de atribuições e cobranças. Ouvir uma proposta tão vergonhosa só reafirma o desprezo que os patrões têm pelo corpo funcional das empresas.
É inadmissível que corporações que detenham parcelas importantes do mercado publicitário cheguem à mesa de negociação com esse tipo de oferta para trabalhadores que vem acumulando perdas significativas ao longo dos anos.

O Sinjope trabalhou para que a campanha deste ano pudesse ser mais ágil, a partir da escolha de um índice considerado viável 6,5% para o fechamento da negociação. Mas,, pelo jeito os patrões insistem em fazer caixa à custa do achatamento salarial dos trabalhadores (as).

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